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Confira causas e tratamentos para um problema que é o pavor de muitos atletas. Imagine uma pessoa com medo de colocar os pés no chão ao acordar, só por medo de sentir uma dor fortíssima nos calcanhares. Ela só consegue tocar o solo aos poucos, conforme a dor vai perdendo a intensidade.

É assim que se sente 10% da população nos Estados Unidos, de acordo com o site médico MedScape. No Brasil, ainda que não existam dados oficiais, são muitos os casos de pessoas com dor no calcanhar que chegam aos consultórios anualmente.

Para o médico José Eid, a dor no calcanhar geralmente está associada à fascite plantar. “Trata-se de um processo degenerativo não-inflamatório da fáscia plantar, que é uma estrutura fibrosa e espessa localizada na planta do pé e que se estende do osso do calcanhar até os dedos. O quadro clínico costuma ser crônico e durar vários meses”, afirmou.

O dr. Eid afirmou que a problema acomete muitos atletas profissionais e amadores. Ainda assim, qualquer pessoa que assuma atividades de intensa locomoção, como a corrida, ou mesmo aquela que trabalha em pé, está sujeita a esses episódios de intensa dor no calcanhar. Alterações no arco do pé – como pé cavo ou plano – podem levar a distúrbios mecânicos e, conseqüentemente, desencadear processos degenerativos da fáscia plantar.

“É muito comum o paciente receber ordens médicas para caminhar diariamente, a fim de perder peso e melhorar a capacidade cardiorrespiratória, e acabar com uma inflamação na fáscia plantar. Por outro lado, trata-se de um problema menor, em vista do que a obesidade e o sedentarismo podem fazer com uma pessoa”, disse o médico.

Na opinião de José Eid, o exame clínico e o histórico de saúde do paciente são os métodos mais importantes na detecção da doença. O quadro doloroso costuma se apresentar já nos primeiros passos ao acordar, melhorando progressivamente. “As radiografias simples do calcâneo podem mostrar um esporão plantar, mas sabemos não ser a causa da dor nesses pacientes, já que a presença ou ausência do esporão não altera a resposta dos tratamentos. Quando necessário, a ressonância magnética também entra em cena para detectar o processo inflamatório e excluir outras doenças osteoarticulares”, afirmou.

Como fazer o tratamento

O médico afirma que o tratamento geralmente é conservador de início, à base de antiinflamatórios, uso de palmilhas para absorção do impacto e fisioterapia. Para a maioria dos pacientes, o resultado alcançado é bom – com exceção de alguns casos que podem evoluir para um processo degenerativo crônico. O principal problema para atletas profissionais é ter de suspender temporariamente as atividades físicas.

“Quando o tratamento habitual falha, aquele feito por ondas de choque pode ser indicado. Com o auxílio de um equipamento desenvolvido com tecnologia de ponta, as ondas de choque (acústicas) são aplicadas na região da planta do pé, ativando a circulação sangüínea e promovendo a reparação do tecido. Os resultados clínicos têm se mostrado eficazes, com alívio dos sintomas e breve retorno às atividades habituais. Vale ressaltar que o procedimento não é considerado doping, estando plenamente liberado para esportistas profissionais”, disse.

José Eid explica que o procedimento é realizado por um médico ortopedista com certificação e treinamento realizado pelas sociedades médicas existentes. “O tratamento por Ondas de Choque é uma alternativa ao tratamento cirúrgico, com 85% de resultados satisfatórios no tratamento da fascite plantar. Além de ser bastante eficiente, o tratamento não é invasivo, não oferece riscos e descarta a necessidade de anestesia”, falou.

O tratamento por Ondas de Choque é utilizada em mais 40 países, com trabalhos científicos com níveis de evidência moderados a elevados, e com aprovação de órgãos na Comunidade Européia, Canadá e nos Estados Unidos, como o FDA (Food and Drug Administration).

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