A bursite trocantérica dos quadris acontece por conta de uma inflamação da bursa, uma bolsa que ajuda músculos, tendões e ossos a deslizarem. Ela costuma estar associada à tendinopatia dos glúteos e ambas causam bastante dor e incômodo. O tratamento por ondas de choque vem mostrando altos índices de sucesso nos pacientes com a condição.
O que é?
O corpo humano possui diversos mecanismos internos para fazer tudo funcionar da melhor maneira, evitando danos e dores à pessoa. A bursa faz parte de um destes mecanismos. Ela consiste em uma pequena bolsa com líquido sinovial que fica “deslizando” entre regiões importantes: músculos, tendões ligamentos e ossos, evitando que eles entrem em atrito e se desgastem.
Uma das localizações onde as bursas estão presentes é o quadril. Também chamadas de bolsas sinoviais, essas bursas podem inflamar e gerar a bursite trocantérica de quadril (nome dado porque, normalmente, a inflamação ocorre na região do trocanter, a proeminência óssea da parte superior do fêmur. Lembrando que, apesar de receber essa nomenclatura, outras bursas do quadril também podem ser afetadas).
A bursite do quadril não costuma acontecer de maneira isolada. Em geral, ela está associada à tendinopatia dos glúteos. Por conta disso, da união de duas ou mais condições, os termos Síndrome da dor trocantérica ou Síndrome da dor do grande trocanter vêm sendo mais utilizados..
Quais as causas?
O corpo humano funciona para receber uma carga X de movimentos e de pressão. Apesar de o organismo ser forte e suportar bastante carga, algumas pessoas realizam movimentos de maneira exagerada e repetitiva, resultando em sobrecarga nas estruturas. E essa é uma das causas da bursite trocantérica. Atletas de corrida, por exemplo, são grandes candidatos a esse tipo de lesão.
A fraqueza e o desequilíbrio muscular também acabam resultando na sobrecarga da região, uma vez que é preciso compensar o peso, levando a processos inflamatórios.
Outras condições podem acabar resultando em bursite do quadril, como artrose do joelho, problemas na coluna lombar, entorse no tornozelo e doenças prévias ou pre existentes no quadril. Essas patologias podem fazer com que os movimentos na hora de caminhar sejam alterados e ocorra sobrecarga, desencadeando inflamações na bursa e a tendinopatia dos glúteos.
O grupo mais afetado pela bursite trocantérica é composto por mulheres de meia idade e idosas. Não há um consenso sobre as razões para que elas sejam as mais afetadas.
Sintomas
O sintoma mais comum é a dor no quadril, que pode irradiar para a coxa e joelho. Ela tende a se intensificar quando a pessoa se deita de lado, passa muito tempo em pé, movimentos de sentar e levantar, ou subir escadas. É bastante comum os pacientes presentarem dor quando tocam/apalpam a região lateral do quadril.
No começo, a dor no quadril acontece esporadicamente e com menor intensidade. Com o tempo, se não tratados, os sintomas começam a se agravar e podem limitar as atividades – ou até incapacitar o paciente.
Diagnóstico
O diagnóstico é feito por exame clínico, ou seja, por uma avaliação realizada pelo médico ortopedista durante a consulta. O especialista realiza uma série de testes e manobras para analisar a sensibilidade e movimentação das estruturas do quadril. Além disso, o médico também recolhe as informações do paciente sobre os sintomas, como eles se manifestam e com qual intensidade.
Exames de imagem são necessários para diagnosticar a bursite do quadril e também para descartar outras condições associadas ou verificar a causa do quadro.
Tratamento
O tratamento para a bursite trocantérica é, na maioria das vezes, conservador, ou seja, sem a necessidade de intervenções cirúrgicas ou outros procedimentos invasivos,
O tratamento por ondas de choque é um procedimento não invasivo, não químico e sem a necessidade de anestesia, apresentando excelente evidencia cientifica com altas taxas de sucesso. Ondas de choque estimulam o processo de reparação e cicatrização das estruturas, agindo como processo regenerador.
Em paralelo, o médico pode prescrever o uso de medicação analgésica, compressas geladas e fisioterapia.
Se a dor no quadril perdurar e não responder aos tratamentos pode haver a indicação de infiltração/injeção de medicamentos específicos no local ou, em casos mais raros, procedimento cirúrgico para retirada da bursa inflamada, felizmente pouco comum estas indicações.